quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Nós que atam e desatam


Hoje deixei o meu pequeno rebento num jardim de infância pela primeira vez. Apanhei-o distraído e fugi, depois de ter andado com ele de mão dada, à espera de uma oportunidade de me escapar sem que ele desse por isso. Não foi fácil, porque ele já é experiente nestas coisas. Foi para uma sala de acolhimento aos 5 meses e depois para uma creche com ano e meio. Desta vez, assim que lá entrou, agarrou-me a mão e só a largou no pátio, por causa de um triciclo. Abençoado triciclo!
Felizmente, o laço afetivo com a mãe ainda é tão forte, nesta idade, que ele se sente seguro e confiante, mesmo quando eu desapareço. A sua aparente independência na rua é reflexo disso mesmo: não se preocupa quando deixa de me ver, porque acredita que eu apareço sempre e quando for preciso. São nós muito fortes os que existem entre nós, mães, e os nossos filhos!
Mas é preciso desatar alguns, claro, em nome do crescimento e da autonomia, tal como fazem as mães raposas, quando arregalam os dentes aos filhos, para os expulsarem de vez do seu espaço, quando eles já são crescidos e podem tomar conta de si. Felizmente, ao contrário das raposas, nós continuamos a acompanhar e a ajudar os nossos pequeninos, durante todo o tempo que for preciso e quisermos ou pudermos.
No entanto, infelizmente, há outra diferença que nos distingue das raposas: elas não ficam com um nó na garganta quando se separam deles... esse é um nó que ata inoportunamente e custa a desatar.



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