Constitui um facto encorajador que inúmeros homens, dos tempos antigos aos modernos, tenham estado dispostos a viver e a morrer pelas suas convicções, por ideias - ideias que acreditavam serem verdadeiras.
O homem, podemos afirmar, parece ser menos um animal racional do que um animal ideológico.
Karl Popper (1963)
Será de facto encorajadora esta característica humana? Sabemos que ela é a razão de muitas lutas, de muita intolerância, de muita incompreensão. As convicções levadas ao extremo de se revelarem razão de viver e de morrer (ou matar) parecem-me sempre assustadoras, irracionais - como o autor sugere.
Devo admitir que uma pessoa sem convicções me parece imatura, incompleta, fraca (perigosa, também, à sua maneira, porque facilmente a falta de convicções se pode associar à falta de escrúpulos).
Mas as convicções deixam-me desconfortável, porque facilmente se tornam dogmáticas, encerrando os indivíduos, ou os grupos, ou as sociedades, em "contextos" ideológicos que dificilmente contactam entre si.
Se eu quiser prezar acima de tudo a tolerância, parece-me que as convicções têm de ser suficientemente brandas para que não se viva necessariamente por elas e para que não se queira morrer por elas, pois quaisquer convicções podem ser substituídas por outras. Por exemplo, a crença de que Deus não existe deve poder dar lugar à crença de que Deus existe, e vice-versa. Não aceito bem que se viva e se morra em função de uma ou de outra.Mas não será esse primado da tolerância uma convicção forte ao ponto de merecer que se viva por ela?
Fiquei confusa.
Mas as convicções deixam-me desconfortável, porque facilmente se tornam dogmáticas, encerrando os indivíduos, ou os grupos, ou as sociedades, em "contextos" ideológicos que dificilmente contactam entre si.
Se eu quiser prezar acima de tudo a tolerância, parece-me que as convicções têm de ser suficientemente brandas para que não se viva necessariamente por elas e para que não se queira morrer por elas, pois quaisquer convicções podem ser substituídas por outras. Por exemplo, a crença de que Deus não existe deve poder dar lugar à crença de que Deus existe, e vice-versa. Não aceito bem que se viva e se morra em função de uma ou de outra.Mas não será esse primado da tolerância uma convicção forte ao ponto de merecer que se viva por ela?
Fiquei confusa.
Sem comentários:
Enviar um comentário