quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sense and Sensibility


Deixei o bebé a chorar no berço. Eram mais do que horas de fazer uma sesta e ele estava visivelmente cansado, mas batalhava contra o sono, numa sonora teimosia.
A minha filha mais velha levantou os olhos do livro com um ar ansioso, quando entrei no quarto dela para lhe desejar boa noite:
- Ó mãe, faz tanta impressão deixarem-no assim...
Procurei tranquilizá-la, explicando-lhe que ele não precisava de nada, só chorava porque tinha sono. Mas ela derrotou a minha lógica com este argumento:
- Mas quando ele está bem, fazem-lhe montes de miminhos, dão-lhe atenção, ai, tão querido. E quando ele mais precisa não lhe ligam nenhuma!
Fechei a boca num sorriso envergonhado. Fui ao berço buscar o bebé e dei-lhe de mamar, apesar de não serem horas de comer. Ele adormeceu, consolado, em menos de cinco minutos. E eu fiquei a pensar na dádiva que é ter uma filha tão sensível. E sensata.




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