Pois é. Disse que não, nunca. Não serve para nada, só para me distrair do que tenho para fazer.
No fundo, eu já sabia que o FB iria ser um vício e tentava convencer-me a mim própria da sua inutilidade e futilidade. Ser amiga virtual dos meus amigos para quê? É muito melhor ir almoçar com eles do que trocar comentários e graçolas de vez em quando. Procurar amigos perdidos há anos para quê? Se as nossas vidas tomaram rumos diferentes e perdemos o contacto, é porque nem eles nem nós nos interessámos o suficiente pela amizade para o manter. Enfim, cada vez que alguém me vinha com uma boa razão para entrar no FB, eu arranjava logo uma boa razão para me manter do lado de fora.
Até que comecei a perceber que a minha atitude se enquadrava cada vez mais na rebeldia pateta de quem é do contra só para não ser a favor (que é, afinal, a minha atitude típica, tenho de confessar...), no serôdio e imbecil lema do «orgulhosamente só».
Na semana passada, uma amiga convenceu-me. Não que tenha usado argumentos fortes, que finalmente aniquilaram os meus. Apenas me contou como o FB lhe fazia companhia quando estava sozinha em casa a trabalhar e como através do FB já tinha conhecido não sei quantas pessoas que a ajudaram a resolver dúvidas de tradução. E talvez nem tenha sido o que ela disse que me influenciou. Olhando para trás, acho que foi sobretudo o sorriso despreocupado dela, de quem, mesmo quando tem muito que fazer, gosta de se distrair a trocar umas palavras com amigos, a partilhar descobertas, a receber sugestões. Porque não?
Eu já tinha experimentado abrir uma conta, só para poder dizer que sabia como era, e detestei aquilo. Apareceram-me n comentários e ligações deixados por pessoas que eu mal conhecia ou não conhecia de todo, os amigos dos amigos. Choviam convites para jogar isto e aquilo, sugestões de possíveis novos amigos, publicidade, vídeos que este e aquele quiseram partilhar... AAAAARRGH! Para quê?! Desisti. Não serve para nada, não interessa para nada, pensei.
Agora continuo a pensar que não serve para nada. Mas lá estou. A distrair-me, a construir uma pequena teia de desculpas para não fazer o que tenho para fazer. Porque isso também dá prazer!
2 comentários:
Como tudo na vida, deve ser usado com conta, peso e medida, mas, não há dúvida, é uma oportunidade de termos os amigos "à mão" e de fazermos maiores conhecimentos.
Cuidado, porque é viciante.
Ainda bem que voltaste! Boas distracções ;-)
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