quarta-feira, 13 de maio de 2009

DIA DO DESPERDÍCIO

À saída da padaria, cai-me o saco com os pães ao chão. Um deles aterrou numa poça e ficou irremediavelmente perdido, ainda quentinho.
À tarde, depois de ter comprado um presente para a amiga da filha, pouso o saco para ajudar os miúdos a subir para um cavalo de meter moeda. Eles riem, divertidos. Meto a moeda, contra os meus princípios, e o euro esvai-se em duas ou três galopadas no ar. Vamos embora e esqueço-me do saco com o presente, com rebuçados e tudo.
Quando me lembro dele e volto ao cavalo, já alguém se aproveitou da minha distracção.
Raiva de ser assim tão cabeça-no-ar.

3 comentários:

Alecrim disse...

" tantas coisas parecem cheias da intenção de se perderem, que a sua perda não é uma calamidade"

Assim começa um dos meus poemas preferidos, de Elizabeth Bishop.

Beijinhos. E saudades, pá! Há quanto tempo sem saber de ti...

Vida de Praia disse...

Há dias e dias...

tikka masala disse...

Muito bonito, Alecrim. Saudades tuas também!