segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Dizer / Não Dizer

Parece evidente: dizer a quem amamos o quanto essas pessoas significam para nós, antes que elas desapareçam para sempre.
Parece simples: é só proferir uma frase como: «gosto muito de ti».
Parece pouco: o que sentimos por aquela pessoa é tão mais emocionante do que quatro palavras toscamente pronunciadas... (porque, se as dissermos com todo o sentimento, é provável que comecemos a chorar).
Parece contraditório: dizemos a frase (quando chegamos a dizê-la) de modo desprendido, como se tivesse o mesmo valor de «amanhã vai chover», como se essa frase não tivesse andado entalada na nossa garganta durante anos de silêncio envergonhado.
Parece estúpido: se o que sentimos é tão forte que nos faz chorar, para quê a vergonha? Porque não mostrar, através das lágrimas (mais expressivas do que as palavras), o quanto essa pessoa significa para nós?

Parece evidente... ou talvez não.

2 comentários:

Vida de Praia disse...

Sim: para quê a vergonha? Já vivi sem essas palavrinhas, quando era miúda, e hoje são-me ditas todos os dias, pelo meu amor, e eu sei bem qual das situações prefiro ;-)

Luís Alves de Fraga disse...

Ah, eu gosto muito de dizer a quem amo: «gosto de ti!». Assim, simplesmente, sem mais nem menos. E repetir muitas vezes. Quero que me lembrem como o homem que não tinha nem medo, nem vergonha dos seus sentimentos, do amor, das palavras de amor... E tenho as minhas razões, que não vou contar aqui.